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Lançamento | 150 Anos de Nascimento do Maestro Tonheca Dantas


Sobre os Selos

O selo apresenta, em primeiro plano, um desenho do busto do maestro com sua farda. Ao fundo temos um trecho da partitura da valsa de sua autoria “Royal Cinema”. Na parte inferior direita está uma ilustração do seu instrumento musical favorito, o bombardino (também conhecido como eufônio), juntamente com o nome Maestro Tonheca Dantas. Foram usadas técnicas de ilustração manual e computação gráfica.


Maestro Tonheca Dantas

A 13 de junho de 1871, veio à luz da vida, no lugar Carnaúba de Baixo (depois Carnaúba dos Dantas), então pertencente ao Município de Acari, na região do Seridó do Rio Grande do Norte, um garoto que recebeu o nome de Antônio, em cumprimento à tradição luso-espanhola de reverência ao santo do dia. Antônio Pedro Dantas, por completo, apelidado Tonheca.

Filho do Tenente-Coronel João José Dantas e da escrava alforriada Vicência Maria do Espírito Santo, que foi tomada por esposa do seu antigo dono e de quem teve oito filhos. Tonheca gozou da infância comum aos garotos da povoação, mas com um traço distintivo: o precoce gosto pela música, acompanhando os irmãos mais velhos, que integravam a filarmônica local. Avançando nos anos, de forma autodidata e intuitiva, passou a tocar em todos os instrumentos da banda, o que estimulou o seu deslocamento para a Capital do Estado, em 1898, onde foi acolhido no corpo de músicos do Batalhão de Segurança da província, equivalente à atual Polícia Militar. Registra-se curioso fato quando da sua seleção para ingressar como músico militar: tocou em todos os instrumentos disponíveis na sala, executando com perfeição a partitura que lhe foi oferecida, o que lhe valeu a assunção da maestria da orquestra, sem passar pelos outros degraus da carreira.

Irrequieto por índole, já em 1903 estava em Belém do Pará, contratado para reger a Banda do Corpo de Bombeiros local, chegando a tocar, em certa ocasião, para o Presidente da República, Affonso Pena, e sua comitiva. Para os seus padrões de mobilidade, até que durou algum tempo, pois somente em 1910 voltou ao Nordeste, dessa feita para reger as bandas municipais de Alagoa Grande e Alagoa Nova, no brejo paraibano, onde já havia tocado quando deixou as hostes da filarmônica militar potiguar. Em 1911 voltou para Natal, e após breve passagem – de novo – pela banda policial, dedicou-se ao ensino particular de música, além de tocatas avulsas. Mas aí já havia um equipamento que requisitava bons músicos – o cinema mudo – onde Tonheca passou a fazer a arte ao fundo das apresentações de filmes, ampliando o seu rol de composições, inclusive pondo, em uma das suas valsas, o nome de uma requintada sala de exibições, “Royal Cinema”, apontada pelos pesquisadores como a sua mais notável produção. O ano é 1913, mas a qualidade da música se protraiu no tempo e até recebeu letra, em 1922, da autoria do poeta Bezerra Júnior, consoante informa a pesquisadora Leide Câmara, no seu “Dicionário da Música Potiguar”. A referida valsa “caiu no gosto” dos americanos que ocuparam Natal durante a Segunda Guerra Mundial e a partir daí foi divulgada em outros lugares do planeta, a exemplo da emissora BBC de Londres, que a tocou exaustivamente, embora sem fazer registro da autoria.

Muitas outras composições de Tonheca Dantas conseguiram o acatamento das mais primorosas orquestras, a exemplo das valsas “Delírio” e “A desfolhar saudades”, da suíte “Melodia do Bosque” e dos dobrados “Tenente José Paulino”, “Embaixador na Paraíba” e “Correio do Norte”.

Tonheca Dantas faleceu em Natal, a 07 de fevereiro de 1940.

O reconhecimento da importância de Tonheca Dantas na história musical brasileira está marcado pela aposição do seu nome a uma sala no Teatro Alberto Maranhão e pelo patronato da cadeira 33 da Academia Norte-rio-grandense de Letras, instituição que tem o orgulho de apresentar este edital, à ocasião do lançamento do selo postal celebrativo do sesquicentenário de nascimento do grande músico e compositor.

Diógenes da Cunha Lima

Presidente da Academia Norte-rio-grandense de Letras


Detalhes Técnicos

Edital nº 5

Ilustração: Francisco Iran

Foto: Evaldo Gomes Fotografia

Arte-Finalização: Jamile Costa Sallum - Correios

Processo de Impressão: ofsete

Papel: cuchê gomado

Folha com 12 selos

Valor facial: 1º Porte da Carta

Tiragem: 120.000 selos

Área de desenho: 30 x 40mm

Dimensão do selo: 30 x 40mm

Picotagem: 12 x 11,5

Data de emissão: 13/6/2021

Local de lançamento: Carnaúba dos Dantas/RN

Impressão: Casa da Moeda do Brasil



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