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História Postal

Comissão de História Postal

 

Comissário FEBRAF - Rubem Porto Jr. (rubempjr@gmail.com)

 


O que é História Postal


Em uma antiga definição, Historia Postal é o estudo do sistema postal e do seu funcionamento ou, ainda, do uso dos selos postais, cartas e outros artefatos postais que ilustram aspectos históricos no desenvolvimento do sistema postal.

Para fins competitivos, as coleções de Historia Postal são divididas em três subclasses:

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A)    História Postal, contendo material transportado ou relacionado aos correios oficiais ou privados. Aqui são estudadas rotas, franquias, marcas postais etc. relacionadas ao desenvolvimento dos serviços postais.


B)    Marcofilia, exibindo as classificações ou estudos das marcas postais em selos, cartas ou outros itens postais relacionados aos correios oficiais, locais ou privados.


C)    Estudos Históricos, Sociais ou Especiais, que examina a Historia Postal de modo abrangente, estudando a interação do comércio e da sociedade com o sistema postal.

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Além dessas subclasses, as coleções de História Postal são subdivididas em três períodos de tempo, considerando a maioria do seu conteúdo:

1 - Até 1875 (Criação da União Postal Universal - UPU).
2 - De 1875 a 1945 (Término da Segunda Guerra Mundial). 3 - Após 1945.

 

As coleções apresentadas nas subclasses de História Postal e Marcofilia devem utilizar material efetivamente circulado pelo sistema postal, tais como selos, cartas, inteiros postais, etc. Pode-se ilustrar a coleção com mapas, impressos, decretos, etc. O material apresentado deverá estar obrigatoriamente relacionado ao tema a ser desenvolvido.

Como exemplos de temas em Historia Postal ou Marcofilia, temos:

a)    Serviços postais pré-filatélicos.
b)    O    desenvolvimento    dos    serviços    postais    locais,    regionais,    nacionais    e internacionais.
c)    Tarifas postais.
d)    Rotas de correio.
e)    Marcas postais.
f)    Correio militar e temas a ele relacionados.
g)    Correio marítimo, fluvial ou lacustre.
h)    Correio ferroviário ou ambulante de qualquer espécie.
i)    Correio em acidentes.
j)    Correio desinfetado.
k)    Censura postal.
l)    Cartas taxadas.
m)    Automação dos serviços de correio.
n)    Atuação dos agentes encaminhadores (Forwarders).
o)    Correio oficial e cartas livres de franquia.

 

Como exemplos de Estudos Históricos, Sociais ou Especiais, temos:

-    Serviços telegráficos.
-    Cartões de felicitações e Valentines.
-    Cartas publicitárias ou ilustradas.
-    Estudos sobre o efeito do sistema postal no comércio, indústria e sociedade.
-    Estudos históricos locais ou regionais.
-    Estudos relacionados a eventos ou efemérides.

 

Organização de uma coleção de História Postal


Como toda história, a apresentação deverá ter começo, meio e fim, com todas as partes bem balanceadas. Para melhor entendimento e avaliação de uma coleção de História Postal é necessária a descrição correta do que é apresentado, de maneira concisa e clara, utilizando-se diferentes tamanhos ou tipos de fonte para os títulos, as descrições das peças e as observações importantes. As tarifas postais referentes a um mesmo período devem ser explicadas em tabelas, evitando-se a sua repetição na descrição das peças. A inclusão de material não filatélico ou não postal deve ser utilizada com parcimônia para melhorar o entendimento do tema, tornando a apresentação mais atrativa.

O exibidor de História Postal deve dar a maior importância e atenção à folha de introdução da sua coleção. O título escolhido deve estar em absoluta concordância com o seu texto, que deve informar claramente os aspectos mais relevantes do que se pretende mostrar e em que período temporal. É de grande importância a apresentação de um plano que reflita com exatidão o desenvolvimento do tema, dividindo-o em capítulos ou secções de relevância histórica e postal. Investigações e contribuições importantes feitas pelo expositor devem ser citadas, bem como suas principais referências e fontes de consulta. É importante salientar que a folha de introdução é enviada a todos os juízes bem antes do início da exposição, servindo de guia durante a avaliação “in loco” da coleção.

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Como são julgadas as coleções de História Postal


No julgamento de uma coleção de História Postal, os pontos máximos atribuídos a cada quesito são os seguintes:

 

-    20 pontos para tratamento, onde é avaliado o desenvolvimento do tema e a presença de materiais que o ilustrem em sua plenitude, considerada a abrangência proposta na folha de introdução. São consideradas a relevância histórica e filatélica do tema e a dificuldade de duplicação do assunto exposto. O colecionador deve ater-se ao indicado no título e evitar a colocação de material a ele não relacionado, bem como evitar a repetição de peças que não venham contribuir para o seu desenvolvimento harmonioso. O colecionador deve evitar “demonstrações de poder”. A presença exagerada de peças da mesma espécie, mesmo que raras, não é bem avaliada neste quesito.

 

-    10 pontos para importância filatélica. Esta será comparada a historia postal do país em geral, área ou assunto, e à filatelia em geral. O estudo de uma capital ou grande cidade será mais importante do que uma cidade do interior, assim como o estudo de acordos postais entre dois países será mais importante do que o estudo das tarifas internas de uma só nação, no mesmo período. O material exposto deve ser relevante para o tema da coleção. Em geral, selos e inteiros postais sem uso não tem importância em História Postal e sua presença na coleção deve ser justificada.

 

-    35 pontos para conhecimento, estudos e pesquisas pessoais. Aqui o expositor deve mostrar, de maneira concisa, utilizando o seu material, o que se conhece sobre o tema, enfatizando os seus aspectos mais significativos, evitando dar muita ênfase a aspectos de menor importância. Será avaliado como o expositor faz uso das peças expostas. Quando aplicável, as franquias, rotas e marcas postais devem ser explicadas. Pesquisas pessoais que levem ao conhecimento de novos fatos ou à elucidação de assuntos controversos são altamente apreciadas e têm precedência sobre a correta apresentação de fatos já exaustivamente estudados. A criteriosa preparação da folha de introdução pode ajudar a evitar longas e repetidas descrições das peças apresentadas.

 

-    10 pontos para o estado do material. O expositor deve colocar peças na melhor condição possível em relação à sua raridade. A qualidade das peças mais comuns deve ser impecável, sob a pena de perda de pontos. As marcas postais devem estar perfeitamente legíveis e os selos apresentados em boas condições. O uso de itens de qualidade inferior só é justificável quando se tratarem de peças únicas ou extremamente raras.

 

-    20 pontos para a raridade, onde será avaliada a escassez das peças expostas em relação ao país ou área em apreço, sempre relacionadas e tendo importância para o tema apresentado. O uso de expressões como “única” ou equivalente deve ser usado com parcimônia e apenas quando comprovado.

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-    5 pontos para a apresentação. Este quesito é complementar ao tratamento e influencia a primeira impressão dos jurados e, se essa for desfavorável, poderá desmerecer o julgamento. Reproduções de marcas postais devem ser usadas apenas quando as originais sobre as peças não estão claras para o observador. Reproduções do verso das cartas são permitidas com uma redução de 25% do seu tamanho, bem como a reprodução em tamanho original, quando relevantes, de carimbos especiais ou parte das cartas. O capricho na confecção dos textos, na colocação das imagens e na distribuição das peças deve ser considerado com todo o cuidado.

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As considerações aqui expostas representam um resumo do que deve ser observado pelo expositor na classe de História Postal.

Explicações mais detalhadas poderão ser encontradas no site da Federação Internacional de Filatelia, no item SREV (Postal History), no endereço eletrônico: http://www.f-i-p.ch

 

 

 

 

 

 

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Muitas  vezes  ficamos  em  dúvida   se   uma   determinada   peça   seria   mais   indicada   para   figurar   em   uma   coleção   de   História   Postal   ou   em   uma   coleção   Filatelia   Tradicional.   Nesta   carta   da   Bahia,   em   18   de   Janeiro   de    1882    (carimbo    azul    claro    frequentemente    usado),     para     Belfast,     Prince     Edward     Island,     British     North     America (Canada), com chegada (verso) em 25 de fevereiro, existem duas possíveis situações: 1) Em termos    de    Filatelia    Tradicional,    embora    apresente    um selo   de   200   réis   com   uma   bonita   legenda   em   Inglês,   é   uma    peça    com    uma   franquia   muito   comum,   o   1º   porte   UPU.   Portanto,   é   um   item   para   compor   um  conjunto,   sem   muito   destaque.   2)   Em   termos    de    História    Postal    seria    uma    peça  mais   importante,    pois    se    trata    de    um    destino    muito    raro    para    uma    carta brasileira durante o período Imperial no Brasil.
 

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